quinta-feira, fevereiro 25

Epifania temporal

Acho que o tempo tem a mania torta de passar a mão em mim. Por trás! Ei, por que não me encara de frente?! Sou eu quem não posso lhe dar as costas, não é ?! Sim, sou eu! Essa, sou eu ?! Tempo, passa. Suas mãos, suas garras. Passa, em minha face. Marcas, pegadas na areia da vida. Tempo voraz, implacável. Tempo... sei o que você quer de mim agora! E vai me ter, mas à força. Vou me desfalecendo em seu sopro fatal cotidianamente, religiosamente, fervorosamente. Cara a cara, só eu e você... Temo? Não mais... tempo, doutra forma implacavelmente ingrato. Olho no olho, tempo e eu. Tempo e meu tempo. Meu?! Sim, meu! A sós. Compreensão, convalescimento, cumplicidade.
De bom grado aceito as carícias da morte. É o sopro de alívio momentâneo que ilude. É o sopro eterno que sufoca.

Emilaine Prado
12/Out/2009

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